42 - ...

Pensei rapidamente... havia um jeito de salvar os dois!
-Eu vou par ao mundo dos Anjos - falei sem emoção.
-Como?
-Eu vou trazer de volta Célia e Solly... eu vou par ao Lago dos Anjos traze-los de volta.
-Não Bruno! Não se esqueça que você encontrara outras pessoas também, como Fleer, Élmmo e o principal Hirú!
-Não me importo... eu não vou ficar aqui... onde fica o mundo dos Anjos?
-Bom, não se pode abrir um portal para lá... mais existe um portal fixo que o leva até la.
Victor parou e depois continuou:
-Bruno, além das montanhas de Cisma, muito além, você vai descobrir uma caverna... é só o que eu sei.
-Victor você vem comigo?
-Não posso, apenas um pode entrar no portal fixo... ele se fechara... provavelmente você poderá voltar com um portal de lá, mas muito cuidado Bruno.
-Não esquenta... eu vou destruir novamente todos aqueles Anjos da Morte...
-Adeus, tome conta de Andersson...
-Adeus Bruno, fique tranquilo... eu vou contar para ele tudo o que aconteceu...
Não ouvia mais Victor, estava voando neste momento, chegando perto das montanhas...
"Célia e Solly eu vou salvar vocês... não importa quantas vezes terei que derrotar Fleer, Élmmo, Hirú ou os milhares de Anjos da Morte que matamos... eu prometo!!!"

41 - O Lago das Lágrimas

...
-Acorde Bruno!
Victor me encarava. Eu estava deitado em uma grama macia, o lugar estava fresco, provavelmente estávamos no Paraíso da Luz...
Agora que eu percebi:
-Victor... se os Anjos são capazes de criar portais para se locomover tanto para o Hirú ou para o Paraíso da Luz... como nunca vi nenhum deles antes?
-Simples... você só conseguiu entrar no Hirú, por que ele não estava la... não fomos antes, por que nem nós sabíamos, e nenhuma dos Anjos da Morte veio para cá porque não sabiam como estava nossas condições de guerra, poderia vir para cá e nós entrarmos em seu portão e atacar o Hirú... você viu que apenas nós três conseguimos destruir todos?
-Sim claro...
Agora eu me lembrava melhor das coisas... mas...
-E Solly?!
Victor não respondeu, ele se calou e me ajudou a se sentar ao seu lado... ele me deu um abraço calmo.
-Entendi - falei com calma.
Dei um soco no chão que reabriu o meu machucado no punho.
Solly realmente morrera...
-Agora você deve ir. - Victor disse em meu ouvido.
-Como ir? Ir para onde?
-Olhe em sua volta.
Me levantei e vi, estávamos na beira do Lago que se formou com a queda de Élmmo... então isso quer dizer que... estávamos em Cisma...
Levantei a cabeça e vi o céu cinza de sempre, não chovia... estranho...
-Que lago é esse Bruno? - pergunto Victor curioso.
-Bom esse é o lago que se formou pela cratera que o Élmmo fez quando caiu aqui...
O Lago estava estranho, ele era todo de um verde claro... ele mantinha esse verde, mais seu fundo estava com algumas partes vermelhas.
Cheguei perto do lago e me apoiei nas mão para ver melhor, o sangue de meu punho escorreu para o lago de vagar.
-Foi aqui Victor, onde eu chorei por perder Célia...
Coloquei a mão de vagar na água do Lago, senti queimar... como FOGO!
-Aii!!!
-Bruno, o que aconteceu???
-Eu me queimei na água do lago!
Victor colocou a mão e também se queimou, seu olhar ficou branco quando ele viu meu sangue escorrendo para o Lago...
-Bruno!!! Seu sangue, está no lago...
-É, esse lago já ta bem sujo... caiu até algumas coisas vermelhas do manto do Élmmo quando ele voou com a minha Célia...
Victor ficou parado por um momento...
-O que foi Victor?!
-Bruno!!! Aquilo que caiu do manto de Élmmo provavelmente era sangue! O sangue dos Anjos são substâncias realmente sagradas... não importa se é da Morte ou da Luz, os dois são sangue puro... quando o sangue dos Anjos se juntam, dois dois lados na água... a água queima... como o Lago dos Anjos...!!!
-Lago das Anjos?!
-Sim - agora ele estava mais com medo -, em um certo lugar no mundo dos Anjos, onde todos vivíamos antes do desequilíbrio da Guerra, onde não havia morte, pois eram todos iguais, enquanto todos éramos iguais, não havia um jeito de se matar os Anjos, mas quando nos separamos os meios apareceram... lá existe um lago, que absorveu sangue dos dois lados quando as lutas começaram. Então cada um criou o seu mundo, e lá ficou abandonado...
Esperei que ele continuasse.
-Então... este lago aqui, deve estar liga ao Lago dos Anjos de alguém modo, Bruno...
-E...
-Eu não sei... nunca pensei nisso antes, mas eu sabia que era estranho tantos Anjos da Morte e a população da Terra não diminuía...
-O que?
-Bruno!!! - agora ele gritava com sua conclusão demorada - Todos os Anjos que morreram em Guerra... voltam para nossa terra-natal... por isso que Hirú não estava nas ruínas, ele estava no nosso antigo mundo, trazendo novamente os Anjos de morreram...
-Por isso que eram tantos Anjos!!!
-Sim... Solly deve estar lá... junto com...
-Célia... - falei para mim mesmo.

40 - ...

Meu corpo que estava tomado de alegria por termos destruído este mundo se foi quando eu ouvi a voz dele... não aguentei e disse:
-Rá rá!!! Não importa se você é o Hirú ou se não é... eu não tenho mais piedade nem do ser mais gracioso que possa existir... - estiquei minhas asas para poder atacar Hirú que estava a uns vinte metros do chão.
Fui impedido pela mão quente de Solly:
-Não Talent... deixe ele comigo... ele vai pagar...!!!
Solly foi em uma velocidade fantástica até lá onde estava Hirú, ele parou na frente dele - apenas alguns metros separavam os dois -, Hirú mantinha uma face risonha, já a de Solly era tensa...
Os dois ficaram parados por alguns minutos... até que a explosão.
-Morra!!!
Solly se atirou com um movimente - eu esperava que eu mesmo fizesse do que ele... - de levantar o punho direito e joga-lo em direcção de Hirú.
-Verme! - Hirú sussurrou antes que saísse da direcção do soco de Solly e com um movimento estranho - levara a mão em forma de guilhotina e batera nas costas de Solly -, jogando ele de lá.
Solly caiu como uma pedra no chão, formando uma cratera enorme... - me lembrando de algo... -.
Esperei Solly se levantar... ele não seria tão fraco... foi tudo tão rápido, Solly não se daria por vencido...
-Solly levante-se!!! Vamos lá, ataque ele!!! Você não é tão fraco...!
Mas nada, nenhum movimento, olhei para Victor para poder entender o que tinha acontecido.
-Victor...!!!
Victor não responde, ele estava com os olhos saltados para fora de espanto e com a boca aberta, ele viu alguma coisa que eu não vi...
-O que aconteceu Victor? Porque Solly não levanta???
Victor não respondeu, só levantou o braço com um movimento fraco e apontou para Hirú.
Virei o rosto de vagar com medo do que viria...
Não... Não... NÃO!!!
Hirú estava rindo com o par de asas brancas e lindas de Solly na mão esquerda levantadas na altura da cintura...
Ele matou Solly... ele matou Solly... ele matou Solly...!!!
-Seu assassino, você vai pagar por isso! - Victor gritava atrás de mim para Hirú.
Eu não ligava para o que ele falava, só sentia meu corpo tremer, um fogo dentro de mim se ascendeu, meu coração se acelerava com rapidez... meu corpo tremia... meus punhos estavam fechados de uma maneira tão grossa que podia sentir minhas unhas furarem a palma de minha mão.
Victor desviou a atenção de Hirú, e olhou para mim.
-Talent você está bem???!!!
Não conseguia responder, só conseguia sentir o ódio presente novamente em mim... a chuva continuara e agora estava mais forte, só que não chovia a mistura macabra... era só a velha água.
Élmmo já tirou a vida de Célia... e eu não deixaria Hirú tirar a vida assim... de Solly!!!
Dei um grito ensurdecedor que ecoou por todo o lugar, me atirei na maior velocidade que um corpo pode se mover sem se despedaçar por completo. Fui com o punho esticado para frente para acertar em cheio o peito de Hirú.
Senti quando eu toquei rapidamente o manto... Hirú foi atirado para trás ferozmente e sumiu no céu...
Parei... e vi ele descendo de vagar e dizer com admiração:
-Muito bom Bruno... esta honrando seu nome... TALENT! Um talento realmente incrível... qual Anjo assim... novo conseguiria dar um golpe tão poderoso em mim?!
-Cale-se Hirú, pra você é Stalent! De talento especial... e é isso que eu vou te mostrar agora!!!
Voltei com toda a força para ataca-lo e vi que ele sumira do lugar quando meu punho não encontrou nada...
Senti uma coisa gelada em minhas asas, logo me afastei por completo de lá... Hirú estava com as mão no ar, exactamente na posição que planejou para arrancar minhas asas...
-Bom... muito bom... vejo que também sabe se defender não é?
O ódio desde que eu o despertei lá em baixo, só aumentara desde que eu ataquei Hirú... agora eu estava realmente fora de qualquer controle.
Só consegui sentir o rosto de Hirú sendo esmagado em baixo de meus punhos... ele se arremessou para traz com um movimento incrível, voei para trás dele e senti seu par de asas imensos...
-Um a menos... - sussurrei enquanto puxava com força seus par de asas que resistiu no começo mais cedeu por completo depois...
-Rá rá... - ele dizia como quem não tivesse perdido - parabéns Bruno... mas eu sei... eu sinto que ainda vamos nos encontrar... e então... você vai ver...!
Ele caiu de cabeça sem dizer mais nada...
O barulho dele formando outra cratera foi pequeno... só vi que tudo começou a ficar escuro, meu corpo cansado pelo calor deste mundo, senti apenas meu corpo cair levemente e ser pego por alguém... provavelmente Victor...
O ódio ainda estava presente em mim...

39 - O fim

-Morram seus assassinos!!!
Em uma velocidade superior a da luz... eu voava em direcção a todos os Anjos, sentia cada par de asas saírem em minhas mãos que logo os jogava no caminho, olhava para trás e via Anjos caindo...
Comecei a ataca-los no céu, alguns vinha em minha direcção para um confronto, mas não tinham chances, logo eu dava a volta em seus corpos e arrancava-lhe as asas com um movimento único.
Começou a chover em meu rosto, uma chuva quente, não conseguia ver a chuva cair, só senti-la.
Milhares de Anjos já tinham sido destruídos, alguns ainda resistiam... não tinha como fazer isso... era impossível, o número não diminuiu !!!
Parei e vi a cor da chuva... era vermelha clara... sangue com água...
Quando fui dar minha explosão de horror pela chuva que ali caíra, vi um portal se abrir la em baixo perto dos corpos...
Dois raios de luz saíram de lá destruindo mais Anjos... Solly e Victor estavam me ajudando!
Voltei para meu ataque para ajudá-los, o número começou a diminuir depois de alguns segundos, não havia mais resistência... como se eles já tivessem aceitado o que ia acontecer com eles.
Passamos minutos assim, os portais e gritos sumiram com o número de Anjos reduzidos... havia apenas menos que cem! Em uma nova explosão nós três voltamos a destruir todos eles...
Acabaram...
Solly e Victor tinha uma velocidade e força fantástica... incrível!
-Terminaram... a acabamos com o mundo Hirú!!!
-Não Bruno... veja só...
Olhei para onde Victor apontava e vi um portal se abrir... dele saiu um Anjo... sozinho... um Anjo de pele clara, olhos vermelhos, manto preto com detalhes vermelhos... Cabelo longo e preto, preso de uma maneira estranha, rosto fino e belo...
-Veja só isso... quase destruíram este mundo... mas se esqueceram que ele se chama Hirú? - agora ele dizia com ódio - Pois ainda falta destruir o próprio Hirú!!!

38 - ...

Eu ainda estava em choque quando fomos cuspidos para a grama lisa e macia.
Célia... Célia...
-Desculpe Bruno... mas não era mais a Célia ali... ela iria te destruir...
-Solly... cale-a-boca!!! Não quero suas desculpas...
Me levantei do chão e andei na direcção de Victor.
-Victor... porque vocês não foram antes? Logo que eu cheguei la também? Por que não me seguiram?
-Solly sabia que era Élmmo quem te levou de volta para lá... e ele pensou que você gostaria de ter esse confronto com ele... e resolvemos esperar, como você demorou para voltar... fomos e Solly viu um Anjo prestes a te matar... então ele... atacou...
Solly salvara minha vida... não importa... ele não salvou muita coisa...
Solly estava ajoelhado no chão, eu passei por ele e disse:
-Obrigado amigo - sem olhar para ele, andei com calma mais alguns metros...
Mentalizei o mundo Hirú... sua paisagem macabra e ar pesado, abri um portal... eu voltaria para lá. Conseguiria de algum jeito trazes Célia... eu estava em um estado de adrenalina calma... estava em choque ainda...
Entrei para dentro e ouvi:
-NÃO TALENT!!! - gritaram os dois juntos enquanto vinham para o portal também.
Por segundos, fechei o portal antes que entrassem, caminhei pelo corredor até cair novamente no morro da primeira vez.
Era agora... eu despertaria novamente meu ódio e acabaria com o mundo Hirú... destruiria o Lugar onde meu amor morreu.
Parei de olhos fechado para o lugar, levantei levemente os braços para os lados e juntei as pernas.
Pensei em cada coisa horrível que Célia poderia ter passado, pensei em Solly, Élmmo... Victor... Fleer... seus companheiros assassinos... Andersson... e em mim mesmo... Talent...
O ódio fluía novamente em minhas veias, sentia que meu sangue se tornara um veneno... puro e fatal... senti cada parte muscular de meu corpo aumentar... nada era capaz de me segurar agora... nem mesmo Hirú...
-É O FIM DO MUNDO HIRÚ!!! - gritei com toda força em uma explosão de ódio e adrenalina, era agora o ataque final...
Me joguei de cima do morro em direcção ao organismo vivo de Anjos da Morte.

37 - Célia

Eu ainda chorava quando ouvi alguém dizer:
-Por que matou Élmmo???!!!
Uma voz furiosa rasgou o silêncio das ruínas...
-Quem é???! Mais um Anjo da Morte???! Pode vir covarde, eu te mato também... já matei tantos... você não vai ser diferente!!!
-Sério? - a voz ficou melancólica - você teria coragem de me matar?
Da parte escura da sala vi um corpo sair, não... não podia ser...
Célia!!!
Meu amor estava ali, minha vida poderia voltar a ser perfeita, ela estava andando! Falando!
Quando fui correr para seus braço, eu percebi algo diferente... Célia estava com os cabelos lisos finos e curtos, castanhos na frente do rosto, eles estavam molhados, estava usando um manto preto igual ao meu... mas seus olhos que eram igual ao cabelo estavam... o que?!... seus olhos eram de um vermelho sangue líquido...
-Parece que as coisas mudaram não é mesmo Lindinho? Agora estamos de lados opostos.
Ela me olhava com um olhar sanguinário igual ao de Élmmo.
Célia... eu não conseguia aceitar isso... meu amor se transformou em um... Anjo da Morte!!! Um ser sem coração!!!
Cai de joelhos aos seus pés e comecei a suplicar:
-Célia... por favor me diga que você não virou um deles... por favor!!!
Eu chorava novamente, Célia me jogou para traz com golpe fácil, senti meu peito estalar.
Célia estava me atacando...
-Vamos la Bruno... o que aconteceu não consegue atacar sua lindinha??? - falava com ironia.
Me levantei e fiquei de lado para ela... ela me encarou esperando alguma reacção... eu levantei a cabeça e disso com ódio em minha voz:
-Você... não eh mais minha Célia... você é um monstro!!!
Corri em direcção dela e comecei novamente uma série de golpes fantásticos, que derrotaram Fleer e Élmmo, ela não resistia e por fim parei para o golpe final.
O ódio corria em minhas veias... minha amada tinha se transformado nisso... em um monstro!!! Um ser horrível...
Eu a segurava com a mão esquerda na altura da cintura. O punho direito levantado pesava.
-O que vai ser então? Não vai me matar senhor você não é mais minha Célia?
Não... não... eu não podia destruir minha vida... era como cravar uma faca no próprio peito...
Abaixei o punho e a soltei.
Neste momento um portal se abriu em minhas costas, Solly saiu dele voando e pegou Célia arrancando suas asas!
-Solly o que você fez?!
-Bruno ela não é mais a Célia... não tem reverssão... a sua Célia morreu no dia em que Élmmo a transformou por completo!!!
Choro.
-Solly não faça isso com minha vida!!! - gritava desesperado.
-Desculpe Brunoo... não existe mais reversão...
Solly estava a alguns metros do chão... ele soltou o corpo imóvel de onde estava
e ouvi alguns ossos se quebrarem com o impacto dela no chão.
-Nãããããão!!! Célia!!! - gritei enquanto corria para ela.
Solly passou o braço direito por minha cintura me levando directo para o portal.
Enquanto eu entrava no corredor, e via o corpo caído do meu amor... minha vida... minha razão de existência... morta no chão das ruínas de Hirú...

36 - ...

Quando tudo voltou ao foco vi que estávamos no morro onde eu cheguei.
A movimentação de Anjos ainda era grande como antes, gritos, nada mudara...
Senti o braço quente de Solly me pegar e me arrastar para o buraco brilhante. Saímos no corredor de sempre, me senti em casa quando vi o lugar brilhante, por fim fomos cuspidos no Paraíso da Luz, vazio... pensei que ele estaria cheio de Anjos da Morte esticados pelo chão mais... não havia nada... só o de sempre.
-O que você fez com os corpos?
-Existe uma coisa chamada "fogo".
Queimados.
Comecei a me sentir estranho, como se algo estivesse faltando, meu calcanhar ardia, levantei o manto preto do Anjo que matei e vi meu calcanhar... furado!!! Faltava um pedaço dele... senti meu corpo indo para trás... como se um vento me sugasse. Um portal negro se abriu e eu entrei, só vi Solly e Victor com os olhos arregalados me olharem enquanto o portal se fechava. O calor voltou como um soco.
Fui cuspido e ouvi algo:
-Olha só, quem diria que um pedacinho assim poderia trazer você de volta...
Élmmo me olhava loucamente e dividia os olhares com um pedaço de corpo que ele segurava, ele arremessou o pedaço para cima e o pedaço logo entrou em baixo de meu manto e senti ele arder ao se colocar no buraco de meu calcanhar.
-Bruno vou falar bem rápido para você, eu matei Célia... ela falava muito...
Não aguentei Élmmo já me tirou do sério, senti cada nervo do meu corpo se retrair, senti as minhas veias saltarem para fora e o ódio que habitava meu corpo se expandir de um jeito incrível... eu nunca perdera o controle assim... eu não controlava nenhuma parte do meu corpo...
-Morra ÉLMMO!!!
-O q...
Ele foi interrompido pelo soco que dei em seu rosto novamente, ele foi atirado metros para trás.
Mantendo minha perna esquerda no chão chutei seu rosto com o pé direito, incrível a flexibilidade...
Uma série de golpes se desencadeou, todos em uma velocidade... provavelmente da luz... eu sentia que estava deformando o corpo de Élmmo, senti osso quebrando... alguns gemidos que ele mal conseguia gritar.
Ele matara Célia... meu amor!!! Soco seguido de chutes. Ele tirou minha vida!!!
Parei.
Olhei para Élmmo, com o rosto sangrando... corri para suas costas e senti suas penas... as asas dele...
Em um movimento automático... puxei com todas as forças, a cena de Fleer se repetiu novamente... as asas resistiram com uma pequena contracção, senti elas saírem por completo em minhas mãos...
Senti a lágrima escorrer meu rosto... minhas mãos vermelhas de sangue...
-Parabéns Talent você conseguiu me destruir - disse Élmmo com admiração enquanto caia de joelho para frente com um rosto vazio... mortal e enlouquece dor.
EU MATEI ÉLMMO... meu corpo esfriara com a ideia... cai de joelhos opostamente dele e gritei:
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!

35 - Élmmo

-Veja só... o tão famoso Anjo talentoso se lembrou do humilde Anjo que tirou sua pobre Célia não é mesmo? - disse com sarcasmo.
O ódio que fluía de mim aumentou de um jeito significativo e agressivo.
Quando vi estava me segurando com a mão esquerda o punho direito a centímetros do rosto risonho de Élmmo, os olhos vermelhos sangue arregalados de loucura em direcção ao meu rosto assustado-nervoso.
Com um pulo me atirei para trás e vi que Élmmo não se moveu um centímetro se quer - ainda com o cotovelo no apoio de braços do trono se curando a cabeça tombada para o lado direito com o punho. Agora com uma face de tédio, mais ela voltou para o rosto maligno que ele estava, um sorriso perturbador voltado para mim, ele se esticou para frente com um movimento rápido e agressivo e gritou como quem da um bronca no filho:
-Vamos lá senhor TALENT!!! Me destrua, assim você nunca mais vai saber onde sua pobre Célia está... seria tão triste você nunca achá-la - agora ele dizia com sarcasmo como quem tem dó - seria tão triste ver a expressão dela... logo ela que só gritava seu nome enquanto sentia a dor insuportável que eu causei...
Desta vez não consegui segurar meus punhos bati com toda força no rosto macio de Élmmo que não se moveu como sempre, mas fiquei surpreso de não ter sido atirado para trás como antes.
Olhei para o rosto de Élmmo que ainda ri, em baixo dos meus punhos vi um roda vermelha de sangue que fluía do meu punho direito.
Me atirei novamente para trás, não dei atenção para o machucado que se formara em meu punho mais vi a reacção de Élmmo.
-Seu verme! Me sujou com esse seu sangue sujo... da Luz...!
Agora só conseguia pensar em Célia, seus sorrisos por qualquer coisa, a felicidade do ovelheiro que construímos para ela quando Andersson encontrou as nossas ovelhas...
-Élmmo, você é Hirú...? - fui interrompido.
-Claro que não seu verme, só estou em seu lugar aqui por que ele sumiu, está planejando algo para ganhar a guerra... provavelmente já ganha...
O que Hirú não estava ali???
-Está perdendo seu tempo... - falava como quem estava intediado, mexendo nos dentes com o dedo - Pheli... Solly não está aqui... ele está em nossa futura casinha... um Anjo assassino ficou escondido entre vários em Paris... esse foi o motivo desde o começo, Fleer sabia que ia morrer... o Assassino levou Solly para longe, exactamente onde está a sua namoradinha... Célia não é?
O que eles não estavam ali?
Fui surpreendido por um portal que se abriu ao meu lado, para meu alívio ele era brilhante e branco.
Dele saiu Victor.
-Talent, você está bem? Senti a sua energia e o segui, onde estamos?
-Nos aposentos de Hirú, ruínas das montanhas deste lugar, onde Hirú não está, mais sim Élmmo, e o mais incrível é que Célia nem Solly está aqui!!!
Victor demorou um segundo para digerir as informações e se virou para ver o Anjo parado esperando para ser apresentado.
-Ele mentiu Bruno... Solly está aqui sim, eu sinto ele aqui.
Victor fechou os olhos e virou pó me agarrando para ir junto, senti meu corpo virar pó também, mais meu pé foi agarrado pelo punho firme de Élmmo.
-Não fuja Talent!!! Ainda não terminamos nosso papo de amigos - falava ele com o sorriso sanguinário como sempre.
Mas minha perna inteira se transformou em pó também. Assim senti ele me esvair entre seus dedos.
-Talent!!!! - gritou ele até que não pude mais ouvir.
Só vi a imagem de Élmmo se borrar e voltar ao foco sendo Élmmo Solly!
-Solly! gritei abraçando ele.
-Bruno... - falava ele carinhosamente em meu ouvido.
Ele me colocou para trás e falou sério.
-Talent, vocês chegaram aqui em boa hora, Victor pode nos tirar daqui com sua habilidade de se mover com o vento, aqui eu estou impossibilitado de criar portais, provavelmente você não conseguir-a também... alguém me pegou no Paraíso e me trouxe até aqui, acordei faz pouco tempo.
Olhei volta era um salão grande, vazio, lembrava as ruínas onde estávamos, olhei para cima e vi que aquilo não tinha fim, parecia um poço.
-Aqui é a Prisão do Desespero - disse Victor para si mesmo.
-Como?
-Esta é a prisão onde os Anjos da Morte colocam alguns Anjos da Luz que estão interferindo de mais na guerra. Aqui todas as habilidades de Anjos estão vetadas.
-E como vamos sair???
-Acalme-se Bruno, Victor é um Anjo extremamente forte, não existe uma prisão que o segure.
-Certo - concordou Victor enquanto segurava em nosso braço e eu via tudo se borrar novamente...

34 - ...

Estava correndo muito rápido, mas vi que o topo da montanha era gigantesco, parecia um campo sem fim, depois de correr tanto eu ainda não cheguei até as ruínas.
Quando passei por um morro maior, vi um campo aberto, um lugar plano, que parecia ter sido feito para plantação de flores... mas no lugar delas haviam... espinhos!
-Perfeito!!! Como eu vou passar por isso sem morrer sangrando com milhares de espinhos cravados em meu corpo???
Tentei levantar voo mais nada, igual antes, só consegui levantar alguns centímetros, o bastante para passar os espinhos, entrei em um caminho de árvores, por incrível que pudesse ser elas tinha folhas... todas secas...
Os espinhos acabaram e eu pude parar com o esforço das asas e deixar o suor cair por completo, andei com rapidez até chegar em uma grande pedra onde estava escrito... alguma coisa... pude ver que estava na minha língua... eu conseguia ler aquilo, olhei e vi escrito.
"Pare! Volte... se prosseguir, perca todas as esperanças de vida pois Hirú o aguarda em seus aposentos... sem piedade..."
Meu corpo se congelou quando terminei de ler aquilo, olhei em diante atrás da pedra e vi um corredor de árvores que ia se estreitando e não conseguia ver mais de dois metros em minha frente pela escuridão, nem mesmo uma visão de Anjo era capaz de ver adiante!
Andei com calma eu estava exactamente na linha da pedra... o que aconteceria se eu ultrapassasse aquela linha? Algum monstro comeria minha cabeça? Me destruiria por completo? Não sentiria nada...? espero.
Coloquei o pé após a linha e senti o frio percorrer minha espinha... nada aconteceu, estiquei as asas para trás e senti elas estalarem como um alongamento de quem acorda.
-Ótimo... agora vocês voltaram ao normal!!!
Me impulsionei com toda a força para frente e senti o ar quente em meu rosto novamente... não conseguia ver absolutamente nada, só quando olhava para trás e via a pedra ficar cada vez mais longe... mais longe... longe...
Senti o meu corpo se desmontar ao bater em alguma coisa. Como mágica, tudo se iluminou com o céu avermelhado... havia um parte da entrada das ruínas... andei mais para frente e vi um portal enorme feito de madeira com travas de ferro. Abri todas que estavam por completo enferrujadas e o cheiro de sangue ali era insuportável... me causava náuseas.
Olhei através da porta e tudo estava escuro, olhei com mais intensidade e vi um corredor enorme, um salão gigantesco, e no fim, perto da parede havia um trono, vermelho de ouro, um tapete vermelho rasgado, velho e sujo levava até ele. Pilares sustentavam o této parcialmente quebrado. No trono havia alguém sentado, que ao sentir minha presença levantou o rosto, com os cabelos curtos e branco-acinzentados, finos na frente se movendo lentamente.
-Bruno... Talent... Solly, Célia, Andersson, Victor, Fleer... esqueci de alguém que apareceu em sua vida nestes tempos difíceis?
Aquela voz!!! Tão familiar... tão doce... que fazia meus nervosos relaxarem... a única pessoa que conseguiu isso foi...
-Élmmo???!!!

33 - Hirú

Vi um lugar extremamente quente, um abafado insuportável.
O céu era de um vermelho-alaranjado, um vermelho cor de sangue, nuvens cor de vinho estavam imóveis neste céu estranho, haviam montanhas ao longe, pretas... o chão era de areia... um lugar imenso, cheio de pedras, árvores mortas, totalmente sem frutos ou folhas... algumas até pegando fogo e... agora que eu percebi... milhares de Anjos da Morte com manto pretos andavam em todas as direcções, alguns entrando em portais... outros saindo com pessoas deitadas em seus braços, aparentemente desmaiadas ou... bom alguns gritos aos longe chamavam minha atenção... gritos de dor, outros de medo, alguns agudos provavelmente de mulheres, outros mais graves, de homens...
Meu corpo estava pesado com o clima, uma forte energia negativa habitava aquele lugar... sabia que não conseguiria levantar voo.
Cai de joelhos no chão duro, e me apoiei com os braços, eu estava suando, o suor pingava do meu rosto... que saudade da minha amiga fria... a velha chuva de Cisma.
Agora que eu dera conta que havia uma construção cinza em ruínas, em cima de uma montanha... a maior. Aquilo provavelmente um dia foi um castelo... mas agora... não restava nada.
Vi que nenhum Anjo percebeu que eu estava ali, pois estava em um morro grande, olhava tudo de cima.
Eu preciso de um modo de matar todos eles antes que me matem, descobrir onde está Solly... e trazer-lo de volta para o Paraíso da Luz...
Levantei cada energia que tinha em meu corpo e senti o ar leve em minha volta, eu estava trazendo uma energia boa para este lugar, eu conseguia expandi la para me sentir melhor, forte... mais do que o normal
muito mais!!! Já que Victor teve as asas semi-quebradas e ficou paralisado, o mesmo pode acontecer com eles!!!
Abaixei meu corpo como quem se esconde, e fiquei em posição de corredor, estiquei as asas para trás e disparei na velocidade da luz até o Anjo mais afastado dos outros.
Peguei ele pelo pescoço e ouvi algumas coisas quebrarem, levei ele até um lugar escuro entre dois morros na velocidade extrema e puxei suas asas com toda a força... menos um...
Olhei para fora e vi mais dois Anjos longe de todos... eles eram os próximos. Corri até eles e voei para pegá-los e levá-los para o beco... menos três...
...
Depois de horas ali tentando matar todos, o suor voltara a aparecer minhas energias já não era a mesma, o chegou a ficar cheio por várias vezes, abri portais e mandei todos para o Paraíso, Victor já devera voltar ao normal, ele saberia o que fazer com os restos...
Por mais Anjos que eu destruía o número não diminuía... milhares ainda estavam ali transitando. Gritos ao longe não pararam até agora, pessoas mortas nos braços de Anjos igualmente. Aquilo era um lugar impossível de se destruir sozinho. Vou ver o que há nas ruínas... peguei mais um Anjo da Morte e tirei seu manto preto, vesti ele para parecer igual... provavelmente eles sentiriam minha energia boa... logo que mandei ele para Victor, me recordei de tudo.
Célia, quase morta em sua cadeira de rodas sendo levada por Élmmo, Solly podendo ser morto, Victor paralisado, pessoas mortas... gritos... PESSOAS SOFRENDO!!!
Senti a energia boa que fluía de mim se extinguir por total... o ódio que corria em minhas veias agora expelia mais ódio, uma energia negativa de mais, agressiva e fatal...
Levantei voo com minha energia e voei com calma até chegar na montanha onde as ruínas estavam, chegando perto das montanhas minhas asas não obedeciam mais!!!
Caí petrificada mente ao chão e me levantei, tentei levantar voo mais não conseguia, alguma coisa estranha estava acontecendo, mas eu tinha que chegar as ruínas.
-Ótimo... eu continuo andando... à pé!! - falei ferozmente contra a coisa que me impedia de voar.

32 - ...

Solly gritou logo que eu fechei os olhos para desmaiar:
-Bruno!!!
-Solly...
-Levante-se garoto, não seja medíocre de ficar ai desmaiado, você tem que me ajudar a transformar todo esse bando de Anjos da Morte em pessoas novamente antes que não seja mais possível!!!
Não conseguia ouvir mais nada nem falar... nem adormecer! Fiquei morto por ali mesmo.
Victor apareceu logo que o corredor se desfez, ele pegou os corpos que pareciam zumbis vagando sem sentido pelo Paraíso da Luz, ele os endireitou em uma fila enorme, gigantesca...
Depois de horas arrumando todos ele veio andando de uma das pontas colocando a mão no rosto do Anjo e falado alguma coisa... fiquei assustado ao ver que o Anjo desmaiava em um choque enorme e suas asas viravam poeira.
Victor corria para que todos fossem revertidos.
Passamos HORAS ali revertendo o estrago de Fleer.
...
Quando Victor terminou meu corpo já estava mais leve, conseguia ouvir as coisas e quase falar, me levantei com muito esforço, Solly sumira, com o esforço da tentativa de me levantar, cai de costas novamente e finalmente desmaiando.
...
-Bruno!!! Solly!!! Você tem que impedi-lo Bruno!!! - Victor me acordou com seus gritos, ele estava parado como uma estátua em minha frente, com olhos de medo.
-O... o que aconteceu Victor???
-Eu estava revertendo todos os Anjos, quando você adormeceu, alguns minutos depois, um Anjo atacou Solly, e o levou por um portal de luz negra para algum lugar, provavelmente para o... Hirú!!! - ele estava quase chorando - Provavelmente Solly desmaiou quando seu pescoço foi quase quebrado, tentei fazer alguma coisa mais o Anjo me derrubou com alguma coisa, quando acordei e consegui me levantar senti o estalar nas asas e vi que ele destrancou minhas asas, assim estou totalmente imóvel Bruno!
Não tive tempo para responder Victor, me levantei em uma batida de asas posicionei meu corpo para frente e estiquei as asas para trás em posição de ataque, estendi os braços para frente e pensei no lugar mais horrível onde eu já fui. Mas não estava dando certo. Eu não sabia como era o Hirú.
-Como é o Hirú Victor?!!! Como é? Anda me diga logo!!!
Ele disse com calma, inexplicável mente.
-Imagina Bruno, um lugar desértico, cheio de dor, Anjos da Morte indo e vindo sempre, e pessoas sendo transformadas em um deles... céu negro, ar pesado, clima difícil de se explicar...
Imaginei cada ponta de dica que Victor me disse... Puxei as mãos uma para cada lado e abri o buraco.
O ar que saia dele era quente, o buraco branco brilhante em minha frente, dos meus joelhos até a cabeça o ar me puxava.
-Adeus Victor. Não sei se volto, mais Solly eu prometo que voltará.
O ódio corria em minhas veias novamente, sentia cada músculo do meu corpo congelado se repuxar d em posição de defesa e ataque, minha boca se abriu de raiva, abaixei a coluna em forma de corredor e com o bater das asas esticadas em um milésimo eu já estava dentro do corredor luminoso quente... muito quente.
Senti o velho frio na espinha de sempre e ouvi gritos enquanto o portal se fechava, minha roupa rasgada colada, não ajudava ao suor sair, prendia ele entre nós.
Por fim cai em um lugar quente, eu estava de olhos fechados, mas quando abri...

31 - Sugados para Luz

-Talent!!! Me Ajude!!!
-Más como se faz isso? - levantei o braço e estiquei até os ossos estalarem.
-Pense no lugar com toda a força, lembre-se de todo o detalhe possível, e abra o ar como uma porta de elevador, você vai sentir seus dedos ficarem frios, ele resistira, mais puxe!!!
Levantei mais os braço imaginei o Paraíso, lembrei do gramado perfeito, do morro indestrutível onde quase quebrei meu punho com uma brincadeira de Solly, do céu azul limpo e nítido,das brisas, até do cheiro e puxei...!!!
Senti como se eu estivesse abrindo uma gelatina no meio, ela fugia entre meus dedos, mas eu puxei novamente com toda a força, e... Solly gritou com toda a força, a luz do buraco batia em seus rosto, os cabelos brancos se misturavam aos raios, e eu puxei com toda força... como se... minha vida... dependesse... deste buraco...
-Aaaaaaaaaaaaaaaaah!!! - gritou Solly sendo sugado para dentro do buraco enorme que se formara.
Criamos um buraco imenso, que se perdia de vista, de certo ponto ele até parecia o céu, os raios do céu que estava atrás dele, batiam nas costas negra do buraco enorme, a descarga descia pelos lado assim fazendo uma cortina em volta do buraco de descargas eléctricas.
Um ar sufocante nos puxava para dentro dele, só conseguia ver milhares de pontos pretos sendo sugados para o buraco de luz, que parecia um tornado neste ponto.
Eu batia automaticamente as asas para me manter ali caso algum Anjo da Morte não entre no buraco, senti Fleer e os outros dois Anjos sendo sugados pelas minhas costas. Não havia mais pontos pretos ali, só o barulho do ar enorme e das coisas nas ruas entrando junto...
Olhei para todos os lados e não vi nenhum Anjo. Cedi a força das asas e senti entrar no buraco que se fechou assim que a última parte minúscula de minhas asas entraram.
Ouvi o último raio explodir e então vi meus olhos ficaram mais pesados, talvez, usara muita força para me manter ali, sem entrar.

30 - ...

Olhei para minhas mãos vermelhas de sangue, senti o corpo de Fleer se deslocar atrás de mim, descendo...
Meu corpo descia na direcção oposta, Solly me trazia para o chão, já que eu não conseguia mover meus músculo.
Olhei para os milhares de pontos pretos no céu e continuavam imóveis.
Comecei a cair de repente, Solly me largara e eu estava de encontro ao chão. Senti minhas costelas se chocarem com o asfalto molhado e duro, cai de olhos fechados, só abri quando senti o impacto, olhei para cima e vi Solly com um par de asas em cada mão, levantando elas na altura do peito... olhei para seus lados, e vi os dois Anjos que estavam acompanhando Fleer caírem de frente no chão perto de onde o corpo de Fleer estava.
Solly soltou as asas e o vento que batia forte com a chuva levou seu corpo que se soltava em pó, igual Victor no Paraíso da Luz, o pó chegou até meus pés e formou Solly em minha frente novamente!
-Bruno... eu preciso de sua ajuda, você vai ter que me ajudar a abrir o portal para o Paraíso...!!! - Solly estava aflito, tentava manter a calma.
-Para que Solly?!
-Vamos criar um gigante, vamos levar todos estes Anjos para o Paraíso...!!!
Levar toda a Paris para o Paraíso? Havia algum meio de reversão de transformação de Anjos da Morte?
-Vamos Bruno!!! - gritou Solly levantando as mãos.

29 - Fleer

Fleer caíra vários metros, seu bater de asas ficava mais fraco. Os dois Anjos que até agora estavam imóveis atrás de Fleer, desceram e ajudaram ele a se re-erguer novamente.
-Bruno, você tem sorte... terá mais alguns minutos de vida... eu matarei Solly primeiro...! - Fleer ria e o sangue parara de pingar de suas asas.
Junto com a chuva, veio o vento e os relâmpagos, clareando o céu profundamente.
A única coisa que se ouvia era o som da chuva, a cena parecia congelada, milhares de Anjos da Morte parados no céu imóveis, Fleer analisando a situação, os dois Anjos atrás novamente paralisados, Solly em pé alguns centímetros na minha frente, tendo parte de seu rosto iluminado pela janela de uma loja que ainda estava acesa e eu com as roupas rasgadas e com um olhar assustados olhando para os dois que pareciam estátuas.
Meus pés estavam congelados, e meus braços sem dor nenhuma, a chuva gelada que parecia como sempre bater em meus ossos e congelar cada ponto que atinge.
Não sei por que mais... Célia... Célia! Célia veio em minha mente nesse momento, onde estaria meu amor? Meu coração que eu tanto sentia saudade? Ela estaria bem...?
Ouvi Fleer rir novamente.
-Talent... não se preocupe com Célia... ela está feliz... ela não está mais viva!
O que? O que?! O QUE???!!!
Célia estava morta???!!!
O ódio corria novamente em minhas veias, meu coração batendo mais rápido, meus punhos se fechando novamente, percebi que acabara de esmagar a estrutura do posto apertando-o.
Com um movimento involuntário minhas asas se inclinaram em forma de voo. Eu tinha que destruir Fleer...
-Não Bruno!!! - ouvi Solly gritar atrás de mim.
Quando dei por mim já estava no ar, o vento batia ferozmente em meu rosto, eu deixava um rastro de água atrás de mim, ouvia o vento forte que acompanhado de trovões fazia meu corpo receber mais adrenalina... eu estou aqui, voando em relativamente uma velocidade muito grande, só via alguns borrãos passarem por mim.
Fleer ria enquanto via minha aproximação veloz, seu sorriso desapareceu totalmente dando lugar para uma face de medo quando via meu punho em uma velocidade inacreditável perto... centímetros de seu rosto de Anjo.
Meu punho acerto Fleer por completo, assim dei sequência a uma bateria de soco e golpes no peito que o jogavam muito para trás. Olhei sobre seu ombro e todos os Anjos da Morte estavam entrando dentro de seu portal, aquele portal deveria dar para... para... HIRÚ! O mundo dos Anjos da Morte.
-Pa... re... Bru...!!! - tentava dizer Fleer.
Meu sangue ardia ainda mais, sentia uma explosão dentro de mim, eu queria destruir Fleer.
Com o dobro da velocidade me posicionei atrás dele que voava para trás chegando cada vez mais perto do portal. Me virei de costas para o Anjo que explodiu em minhas costas e ficou imóvel.
Puxei minhas ão para trás e senti suas asas, agarrei com toda a força esmagando elas entre meus punhos e puxei... com toda a determinação possível.
Senti elas saírem por completo em minhas mãos.
Tudo ali estava quieto, a adrenalina em meu corpo saíra por completo também, o ódio ainda corria em minhas veis, mas eu estava impedido de me mexer que se quer um centímetro.
-Acalme-se Bruno... - senti as mãos de Solly atrás de mim fazendo meu corpo relaxar.
-E-ele... e-ele... - tentava dizer entre lágrimas.
Meu corpo pulsava entre soluços e gaguejo...
-Tudo bem Bruno... Fleer foi destruído... acabou tudo...

28 - ...

-Isso mesmo, todos estão aqui, agora são todos meus... - dizia Fleer do céu, sem se mover, sua voz ecoava pela cidade vazia.
Senti minha amiga novamente caindo sobre meu rosto, a chuva começara forte já...
Mas se Fleer queria me matar por que não arrancou minhas asas? Por que me arremessou até o chão...
-Talent... eu não te matei por que eu não quis garoto, olhe para você. Você é um Anjinho novato e que mal sabe voar, pode ter algum talento mais ainda não o desenvolveu... olhe para mim eu sou um Anjo Assassino experiente, mais velho... não o matei por que ele não deixou... - Fleer apontava para Solly que retribuía com um olhar maligno... nunca pensei que Solly, um ser tão bom poderia impor tanto medo sobre mim.
-C-como?! O que S-solly fez...? - me levantei e arranquei as duas mangas da roupa colada que Solly me vestira.
Fleer simplesmente dava uma risada petulante e a estendia ao máximo. Parou de rir e olhou sério para nós.
-Eu tinha certeza que em segundos após eu arrancar suas asas ele partiria as minhas com um puxão só... Não estou certo Phelipe??? - disse com arrogância.
-Claro... mas olhe para suas asas... - disse Solly como se não intendesse o que via.
Olhei para as asas de Fleer e vi que estavam parcialmente vermelhas de sangue... será que... que... Solly?
-Seu... su bastardo ángel, me voy a matar! - gritava nervoso enquanto mexia em suas asas feridas.
-Solly foi você que... que.. fez isso? - sussurrei para ele que me afirmava com a cabeça.

27 - Paris

-O q-qu... - tentei dizer, mas fui impedido pelo punho esmagador de Fleer em meu rosto.
Senti meu corpo voar para traz, como uma flecha, uma coisa gelada e dura esmagou minha cabeça, senti a estrutura onde bati cair sobre meu peito. O poste que esmaguei estava um ruínas, mas eu estou intacto.
-Bruno você está bem? - senti a mão fria de Solly nas minhas costas ajudando a me levantar.
Minha cabeça ardia em chamas, e agora que o poste estava destruído as pessoas não iam ver o estrago?
-Solly as pessoas não vão ver o poste assim...? - perguntei com a mão na cabeça tentando amenizar a dor com uma pressão.
-Não Talent, veja isto... - Solly sem emoção, apontava para o lugar onde estava Fleer e mais dois Anjos vestidos por completo de preto.
-Mais dois? - disse atordoado.
Mais dois Anjos?! Solly e eu conseguiríamos dar conta de mais dois Anjos da Morte?
-Não... quem dera... olhe...! - apontando novamente Solly estava congelado com um olhar de espanto, seu olhos estavam totalmente brancos.
Olhei novamente com um olhar pesado e... não acreditei...
Milhares de Anjos de preto estavam paralisados atrás do buraco e de Fleer.
-O-o q-que???!!! -S-são -A-anjos d-a M-morte?! - gritei com todas as forças agoniado.
-Sim Bruno, eu lhe disse que as pessoas não reparariam no estrago, por que provavelmente toda a Paris está ali!!!

26 - ...

A torre se iluminou de repente, as luzes brilharam perfeitamente.
-Venha Solly, eu gostaria de perguntar algumas coisas... - disse enquanto corria a repetia o movimento de se atirar da grade.
Bati as asas com força e senti meu corpo mais leve novamente, me inclinei para frente e me impulsionei com toda a força para frente e senti o vento congelante que batia em meu rosto.
Olhei para mim e percebi roupas estranhas, realmente eu não sou um bom reparador. Elas eram mais coladas e em partes pretas e outras brancas, com um buraco nas costas para as asas.
-Stalent! Onde vamos? - ouvi Solly dizer atrás de mim.
-Por favor Solly, essa coisa de Stalent não ficou muito legal, que tal um apelido? - disse brincando.
-Talent? Anjinho? HAHA! - ria Solly brincando.
-Talent é melhor... - falei brincando.
Voávamos rindo e brincando.
Quando levantei a cabeça e vi um buraco no céu, igual aos que Solly faz, mas ele era maior, uma pessoa passaria por inteira e sobraria um metro ainda, diferente dos dele, que começavam no nosso joelho e terminavam na metade do pescoço.
-Talent? Onde estamos indo?- perguntou novamente Solly olhando para mim.
Não conseguia desprender a atenção do buraco, mas simplesmente apontei para o buraco levantando minha mão congelada.
-Não!!! - gritou Solly desesperado enquanto dobrava suas asas para frente e com uma força incrível que cortou o ar se arremessou para traz com soe fugisse de alguma coisa.
-O que Solly?!!! - gritei enquanto parava sem intender nada.
-Venha Bruno! Corra... não... VOE! São os Anjos da Morte! - gritava desesperando Solly.
Ele me esperava planando no ar, seus olhos verdes mudaram para um verde negro.
Quando dei a primeira batida de asas para frente e senti meu corpo ir levemente para a direcção de Solly, provavelmente a explosão de velocidade seria imensa.
Mas como bater em uma parede a reacção de explosão foi totalmente inversa, senti meu corpo ser arremessado para trás e bater a cabeça em um muro.
Senti um forte pressão em volta de meu corpo me virando para o muro e vi que o muro era o peito de um Anjo de cabelos castanhos claros e roupas folgadas cinzas.
-Bruno... ou Talent? Não importa, olhe bem para mim... eu sou Fleer, um Anjo da Morte assassino, e minha vítima...bom... ela é você... - disse o muro com um sorriso macabro e com os olhos vinhos fixados em um olhar maníaco em meu rosto assustado.

25 - L'Ange de talent

-Bruno, sente-se aqui... - disse Solly enquanto se sentava encostado em um pilar.
Me virei sem dizer anda e me senti ao lado de Solly, cruzei as pernas e perguntei:
-Então... com ovai ser? Meu nome?
-Sim... eu estava pensando em... bom estou sem ideia - respondeu Solly fazendo uma cara de brincalhão.
-Eu gosto de Bruno... - disse sabendo que Solly falaria logo um ótimo nome.
-Bruno... deixe-me falar uma coisa... eu quando te vi pela primeira vez, pude ver que você seria um Anjo fantástico. Você tem muita força interior, muita bondade... você possui muitos talentos... e não são simples talentos, são talentos especiais... qual Anjo consegue voar com tanta facilidade assim? Logo que se torna um... que consegue seguir de igual para igual um Anjo mais velho... - interrompeu Solly como se pensasse no que dizer enquanto se levantava e andava alguns metros.
-Então... - continuei me levantando também.
-Eu pensei em Stalent para você... - disse Solly levantando a cabeça e abrindo um sorriso enorme.
-Stalent?
"Stalent"? Isso parece francês... mas isso tem algum significado?
-Sim, Stalent! Sim, isso é francês, é uma união de duas palavras que te descrevem por completo, Spécial e Talent, Especial e Talento... Stalent!!! - gritava ele.
-Sim, isso é perfeito mais fale mais baixo Solly, ou alguém pode ouvir e subir até aqui, seria estranho dar de cara com dois Anjos gritando, não? - perguntei tampando os ouvidos.
Solly parou de gritar, mudou a expressão e colocou a mão em meus ombros.
-Acalma-se Bru... Stalent! Não é possível que ninguém nos veja ou ouça... somos Anjos, apenas nos vêem quando nós queremos aparecer.
-Meu Deus... diga-me Solly, quantos segredos de Anjos ainda existem e eu não sei? - falei enfezado.
-Muitos Bruno... muitos - disse Solly rindo novamente...

24 - ...

Andamos pelo corredor e caímos em uma estrutura estranha gelada, meu corpo estava frio... olhei para frente e vi uma varanda, corri até lá e olhei me debruçando pela grade. Vi um jardim cercado de pinheiros e percebi que estávamos...
-Bruno... bem-vindo, estamos na Torre Eiffel, ainda na França... - sussurrou Solly em meu ouvido interrompendo meus pensamentos.
-Solly, é lindo aqui cara... - falei sem olhar para ele.
-Bom Bruno... me acompanhe por favor - falou com a voz mais grossa Solly subindo na grade e se atirando da varanda.
-Solly é cheio de fazer cenas ...? - gritei enquanto me activara atrás.
Quando senti meus pés se soltarem da grade, logo lembrei do que aprendera a voar, bati com todas as forças o par de asas e senti o ar em minha volta que batia em meu rosto gelado diminuir a pressão. Logo estava planando no ar ao lado de Solly.
-Vamos Bruno, para cima! - gritou Solly batendo as asas gigantes até pegar a velocidade certa.
-Claro Anjinho... - brinquei enquanto subia como ele.
Agora que eu realmente conseguia voar, reparei que meu par de asas estavam muito maiores, mais fofos e mais firmes do que antes... senti meu corpo queimar, com essa sensação dei velocidade as batidas de asas. Fechei os olhos e a cada momento aumentava a repetição... senti meus baterem em algo sólido e gelado. Perdi totalmente o controle e quando abri meus olhos estava rodando no ar e fazendo um arco até cair de costas no topo da torre.
-Bruno, você está bem?! - senti uma mão quente em meu ombro, Solly me olhava preocupado e risonho ao mesmo tempo.
-Sim, e-eu só perdi o controle - disse sem jeito.
-Vamos lá, levante-se. Você nunca deve fechar os olhos enquanto voa... - disse Solly enquanto me ajudava a levantar e a ficar de pé.
Quando me levantei por completo e vi onde realmente estávamos, vi a linda paisagem de Paris... milhares de luzes até o infinito...

23 - Arco do Triunfo

...
Depois de muito treino, tentativas, tombos, e conquistas... Solly abriu um buraco no ar e me chamou para entrar, entramos pelo corredor luminoso. Um corredor claro, que já se tornara normal para mim.
Caímos em algum lugar alto, conseguia ver uma grande avenida e muitas casas ao redor, tinha uma linda visão do céu escuro, com a Lua brilhando... estávamos em um prédio?
-Onde estamos Solly? Isso é um prédio? - perguntei olhando para Solly que estava sentado na quina do prédio. Olhando para a cidade.
Me sentei no lado dele e ele disse de vagar:
-Estamos no Arco do Triunfo francês... Bruno... - terminou ele como se quisesse que eu fizesse uma pergunta.
-... e porque estamos aqui? - falei como se pedisse para que ele continuasse.
O této do Arco estava gelado, húmido. Mais a vista era linda, a avenida aos nossos pés estava movimentada, sem trânsito, carros se deslocando com preguiça...
-Por que Bruno... é aqui que me explicaram toda a história dos Anjos. Victor fez o papel de instrutor comigo. Eu já lhe disse que não lembro, mas ele dissera que nasci aqui, Phelipe... é o meu nome - disse Solly olhando para mim.
-Sim Solly, mas agora que já sou um Anjo e já sei praticamente voar bem... o que devemos fazer? - perguntei agoniado, Solly era francês!
-Escolher um nome de Anjo para você... como eu! - falou animado dando um sorriso enorme, colocando-se de pé e me puxando para o meio do této ele abre um buraco no ar e me puxa.
-Pensei que você já tinha parado com essa mania de me puxar! - gritei enquanto corríamos pelo corredor luminoso...

22 - ...

-Vamos Bruno! Tente mexe-las - disse Solly.
Como um novo par de braços eu consegui mexe-las com leveza, de vagar.
-Sim, estou conseguindo - respondi acelerando os movimentos.
-Bom agora estique elas para trás e empurre com toda sua força para baixo.
Estiquei elas, foi a mesma sensação de abrir um braço que estava dobrado por dias. Estiquei ao máximo, como um espreguiço, e as empurrei com toda força para baixo, sentindo o ar e a pressão que se formava de baixo delas.
Senti meus pés se levantarem um pouquinho do chão.
-Muito bem Bruno! Agora repita o movimento repetitiva mente... e depois só mantenha uma velocidade para se manter no ar... - explicou Solly com seus movimentos.
-Sim...
Respirei fundo, estiquei novamente minhas asas, e empurrei com toda força, senti novamente meus pé saírem do chão... e antes que eles caíssem novamente repeti o movimento, me levantando mais... repeti... repeti... repeti!
Olhei para baixo e vi que estava provavelmente a um metro do chão.
-Vamos Bruno, não pare você está descendo - gritou Solly de cima.
-Sim...!
Afirmei o par de asas e empurrei, empurrei, empurrei e empurrei...
-Bruno!!! Por favor, agora você pode descer um pouco??? - disse Solly a alguns metros dos meus pés.

21 - Os dois lados, Anjos... Anjos... Anjos

Andamos pelo corredor luminoso por alguns segundo até que fomos cuspidos em uma praia, mais fresca, com muita sombra.
-Venha Bruno - disse Solly me levando até a sombra de uma árvore onde nos sentamos.
-Solly... de onde você veio? - perguntei, agora que percebera, Solly também deveria ser uma pessoa normal igual eu era.
-Cale-se Bruno, apenas me escute e compreenda...
"Sempre existiu a Guerra entre os Anjos, isso afecta o equilíbrio do mundo, quando o lado dos Anjos da Luz está por cima, o mundo vive seu ponto máximo, de glória, mas quando os Anjos da Morte estão por cima, o mundo vive se declínio.
Essa Guerra nunca vai ter um fim, mas os Anjos da Luz já ficaram por muitos séculos em vantagem nessa Guerra, mas existem diferenças entre Anjos. Existiu uma legião de Anjos da Luz muito poderosos nem o Anjo da Morte mais forte era capaz com o mais fraco da legião. Mas os Anjos da Morte tem uma grande vantagem sobre nós... eles não precisam da permissão de uma pessoa para leva lá ao Hirú, e transformá-la em um Anjos da Morte. Hirú é o lugar onde eles vivem, igual ao nosso paraíso, chamado Paraíso da Luz.
Os Anjos da Morte também têm outras vantagens sobre nós... todos eles são completamente imortais... claro que podem ser mortos, mas não de envelhecimento. Já nós Anjos da Luz não somo imortais, vivemos muito mais do que pessoas comuns, mas não como eles.
Existe um jeito de se matar Anjos de ambos os lados... você já deve saber... basta arrancar suas asas por completo.
Todos nós Anjos, da Morte ou da Luz, temos sangue correndo em nossas veias, mas não sentimos fome ou sono. Estamos sempre prontos para novos confrontos.
Hirú onde eles vivem é o nome do Anjo que inverteu a história.
Os Anjos da Morte estavam quase extintos pela Legião, mas os últimos Anjos rodaram o mundo até que acharam um homem. Os Anjos da morte simplesmente precisa dizer algumas palavras no ouvido da vítima para que ela se torne um deles.
Assim todos os Anjos da Morte escolheram este homem, investiram tanta força em apenas um ser que todos morreram, pois a explosão da transformação os destruiu, junto com as asas. E ele se tornou um Anjo extraordinário.
Ele sozinho, derrotou a legião dos Anjos da Luz, assim formando uma nova colónia de Anjos da Morte.
Meu nome é Phelipe, eu não me lembro onde nasci, mas me tornei um Anjos da Luz, e me deram um novo nome de Solly"
Solly olhava para o mar enquanto me explicava tudo, se virou para mim quando terminou e continuou a falar acompanhado de gestos:
-Então Bruno, os Anjos da Morte possuem habilidades diferente das nossas.
"Nós Anjos da Luz, somos muito mais fortes que eles, tempos essa capacidade de nos locomover na velocidade da luz... foi o que você viu quando Victor desapareceu, ele simplesmente virou pó para você, mas ele estava se locomovendo na velocidade da luz. Temos a habilidade de abrir portais no ar como mágica, e irmos para qualquer lugar.
Já os Anjos da Morte já são muito mais astuto, e conseguem se mover na velocidade do som, lento para nós, mas não nas Guerras"
Solly se levantou e se elevou com as asas alguns centímetros do chão:
-Venha Bruno, agora você deve aprender a voar...

20 - ...

Fiquei caído no chão, Solly veio aos meus pés e me estendeu a mão, me levantei sem a ajuda da mão dele e disse:
-Pra que isso? Você sabia que eu iria apanhar feio... - disse indignado, sentia novamente o ódio em meu corpo.
-Desculpe Bruno! Você é muito ingénuo ainda, seus golpes são muito fáceis de se prever e muito fracos, você tem muito o que aprender... - explicou Solly como quem realmente pede desculpas.
-Solly, eu gostaria que você me explicasse tudo sobre Anjos! Por Favor!
-Claro Bruno, vamos para um lugar mais fresco? Aqui está muito calor.
Tinha até me esquecido do Sol ardente.
Solly abriu novamente um buraco no ar e por novidade ele disse:
Venha Bruno... - não me puxou! Eu entrei por vontade própria! Solly realmente estava melhorando muito.
Rindo entrei no buraco que me dava arrepios.

19 - Brincando de Lutinha?

Saímos em um lugar desértico, muito quente e Sol forte...
-Vamos lá Bruno, vamos travar uma luta bem aqui, neste momento! - disse Solly atrapalhando meus pensamentos.
-O que? Eu e você?
-Claro, porque não? Não vai me dizer que está com medo? - disse Solly enquanto dava um sorriso torno de tirar o sárro.
É, Solly aprendera como me provocar... eu tenho certeza que ele sabe que conseguiu uma luta.
Mas... eu sou um Anjo novo! Ele é um Anjo muito mais velho!
-Sempre atento... - disse Solly milésimos antes de me acertar com um chute no lado esquerdo do rosto.
Meu rosto começou a arder profundamente, se me tornar um Anjo me deu mais força... vei bem na hora, porque com um golpe desse porte teria me matado. Provavelmente teria quebrado meu pescoço.
-Ah!!! Agora você pediu seu Anjo filho da mãe! - corri com toda a velocidade batendo as asas soltas e bati com as duas palmas da mão em seu peito.
Ele não se mexeu...
Depois de alguns segundos ele diz:
-Isso maxucou sabia?
E me jogou para trás com um golpe fácil. Só vi o vulto em minha direção...

18 - ...

-Bruno! Você está louco? - gritava Solly com a mão em seus rosto, vermelho de sangue, não o dele... o meu que estava encharcando meu punho.
-Me desculpe Solly, eu não queria fazer isso! Fio um simples impulso - tentei me explicar agoniado.
Solly que estava virado, e então virou-se para mim com um olhar maligno.
-Bruno...
Meu corpo se adormeceu de medo, eu acabara de enfurecer um Anjo mais velho!
-S-sim...? - gaguejei.
-Muito bom! - começou a rir mais do que antes.
Não conseguia dizer nada, não conseguia ter uma reacção... ele continuara com a gargalhada louca... será que existem Anjos com problemas mentais?
-C-como assim Solly? Eu acabei de te dar um soco no meio do rosto! - Solly rira como se não ouvisse, e virou-se calmamente.
-Bruno, você acabou de se tornar um Anjo e já conseguiu me acertar um soco fantasticamente mortal! Se eu não fosse um Anjo experiente provavelmente eu teria voado para muito longe! - dizia ele afogado em gestos, como se ouvisse pela primeira vez seu filho dizer "papai".
-M-ma...
-Cale-se Bruno, agora vamos para outro lugar fora do mundo dos Anjos, vamos voltar para o seu ex-mundo, lá você vai aprender coisas novas - calou-me Solly.
Novamente antes que pudesse dizer alguma coisa ele abriu o ar com as mãos e me puxou para dentro do buraco brilhante.

17 - Habilidades

-Você tem muito o que aprender... - falava Solly.
Paramos em um lugar na sombra de um morro maior, ele se virou e disse:
-Bruno, está na hora de você medir suas habilidades.
Habilidades? Então eu também tenho habilidades de Anjos!
-Bom, pensa, esforce-se e tente atingir este morro com um golpe, com toda sua força - disse ele enquanto gesticulava um ataque.
-Tudo bem - me firmei e preparei meu punho pesado.
-Vamos lá! - Solly gritava com força.
-Aaaaaaah... - gritei e sai correndo com toda minha velocidade, pulei e deu um soco com todo a força que reuni e senti o ardor em meu punho.
Abaixei o braço e vi uma roda vermelha no morro intacto. Meu punho ardia como nunca!
-Aiii... Solly o que aconteceu? Não era pra mim te destruído tudo isso?! - gritei.
Solly não conseguia responder, estava em uma gargalhada irritante.
-Desculpa Bruno - uma pausa para risada - eu não aguentei, fizeram comigo quando me transformaram em um Anjo - outra pausa - este paraíso é indestrutível, apenas alguns Anjos conseguiriam destruí-lo, Anjos muito fortes! - terminou dando outra risada sem graça.
Ah! Que ódio eu estava de Solly, e ele não parara com aquela risada maligna!
Corri com uma velocidade muito maior, apenas vi borrões em volta, e levei meu punho vermelho em seu rosto angelical.
-Solly cale a boca! - grite no meio do caminho.
Senti apenas um rosto macio sendo esmagado de baixo dos meus punhos...

16 - ...

-Vamos... acorde Bruno, você não é tão fraco... eu sei disso - batia em meu rosto Solly enquanto me ajudava a levantar do chão.
Sentia-me estranho, mais cansado, pesado, minhas costas estavam ardendo, meus olhos pareciam que foram recebidos com um caminhão de areia e sentia meu sangue quente, quase igual ao ódio que senti no dia em que Élmmo partiu...
-O que aconteceu Solly? Já terminou? Eu desmaiei...? - perguntei enquanto meu corpo formigava por inteiro.
-Sim, você desmaiou, Bruno sabia que você tem uma força fantástica?
-Como assim? - perguntei sem entender.
-Olhe para suas costas, suas asas já cresceram muito...! - apontou Solly para um par de coisinhas brancas cravadas em minhas costas.
-O que! São minhas asas?! - gritei me virando tentando olhar as duas que se mexiam rapidamente.
Com muito esforço consegui mexe las conforme minha vontade, são como um novo par de braços!
-Vamos Bruno, você ainda tem que aprender muitas coisas - disse-me Solly enquanto se virava e caminhava para a imensidão...

15 - Luz vermelha

-Sim! - disse com determinação.
-Perfeito! Solly, pode cuidar dele? Estou com alguns problemas de Anjos da Morte em alguns lugares... - disse Victor se virando e caminhando lentamente, parando depois de alguns metros e levantando a mão com um sinal estranho, assim dos pés até a cabeça virando pó.
-O que! Ele virou pó?! Solly! - perguntei assustado para Solly que naturalmente se virava pra mim.
-HAHAHA! Relaxe Bruno, é uma das habilidades dos Anjos da Luz. Você em breve entenderá... - respondeu-me ao levantar a mão até minha cabeça.
Habilidades? Os Anjos da Luz poderiam ser forte igualmente os Anjos da Morte?
Solly fechou os olhos e começou a pronunciar coisas em outra língua. Até que parou e abriu os olhos, brancos que brilhavam.
-Anjos da...! - terminava ele enquanto eu simplesmente via uma luz clara e vermelha vindo em minha direcção até que eu desmaie...

14 - ...

Aqui é o mundo dos Anjos da Luz? Simplesmente lindo! Calmo, sereno. Me sinto tão bem aqui, relaxado.
Vi uma figura se aproximar, ela vinha de vagar, mas assim que me viu acelerou o passo.
-Bruno, este é Victor, um dos Anjos da luz - disse-me Solly.
-Olá Bruno, meu nome é Victor, sou um dos primeiros Anjos da Luz. Você deve ser o garoto interessado em se tornar um de nós? - disse Victor me olhando fundo nos olhos.
-Hã?! Me tornar um de vocês?! - perguntei surpreso.
Como assim me tornar um deles? Me tornar um Anjo? Da Luz?!
-Sim Bruno, esse é o único jeito de nos ajudar e se ajudar... você quer destruir Élmmo certo? - perguntou Solly enquanto ouvia aquele nome dentro de minha cabeça... Élmmo... sentindo novamente o ódio correr em meu coração e veias.
-Claro que quero! Mas para fazer isso eu devo me tornar um Anjo? - respondi e perguntei.
-Sim Bruno, você não se lembra da força de Élmmo? Existe Anjos muito mais fortes do que estes - disse-me Solly olhando para Victor, como se quisesse que o amigo falasse algo.
-Sim Bruno, Élmmo pode não ser o Anjo da Morte mais fortem, mas é não é um dos mais fracos. Então, vai querer se tornar um Anjo da Luz? - finalizou Victor.

13 - Anjos da Luz

Ele me ajudou em subir nas suas costas, e levantou voo devagar. de longe o o lago ficar menor e distante. Me lembrei de Andersson, eu pulei mergulhando no lago. O Anjo não sei como parecia que sabia o que eu iria fazer.
Corri até chegar na varanda e gritei:
-Andersson, eu estou indo, não tenho tempo para explicar agora, um dia eu volto! Eu te prometo!
Voltei correndo para o lago...
Parei perante o lago onde havia chorado por... Célia... e gritei para o Anjo que me observava de cima:
-Eu prometo, que aqui estou, na frente do lago de minhas lágrimas, formado pelo homem... Anjo... não sei mas, pela pessoa que tirou Célia de mim. Eu prometo que vou te destruir Élmmos... e você ai em cima! - apontei para o Anjo - Qual é o seu nome?
-Solly - respondeu-me com uma naturalidade imensa.
-...muito bem Solly. Você é a testemunha de minha promessa. ÉLMMO, EU ESTOU INDO PAR ATE DESTRUIR! - gritei por final, fazendo eco até mesmo em minha cabeça.
Deitei-me no chão por alguns instantes e me levantei, estendi o braço para Solly que me ergueu com um dos braços até eu me encaixar de um jeito confortável em suas costas.
-Está pronto? - perguntou-me.
-Sim, vamos - respondi para ele.
Ele se elevou mais e começamos a subir pelo céu, até passar-mos pelas nuvens. Lá estava o Sol, em nosso rosto.
-Para eu poder te ajudar, teremos que ir para o meu mundo - falou Solly.
-Seu mundo? - perguntei sem entender.
-Sim, isso mesmo! Segure-se! - gritou-me de volta.
-Espera... - falei sem sucesso.
-Sollyyyyy... - gritou ele, e com as mãos fez como se nadasse. abrindo um buraco no ar e entrando comigo em suas costas.
Senti um frio percorrer minha espinha.
Abri os olhos e vi um lugar lindo, me lembrava Cisma. Morros perfeitos, lugar que se perde de vista. Menos pelo céu, azul claro, realmente ali era um paraíso.
-Bruno, seja bem-vindo ao mundo dos Anjos da Luz... - e apontou com as mãos para toda aquela imensidão...

12 - ...

-Como assim me procurando? Quem é o você?- perguntei com medo.
-Estou te procurando. Eu sou um Anjo, eu sei que você sabe disso. Eu não sou igual à Élmmo.
Ele diz que não é igual, mas será que é verdade? Anjos não andam muito bem em meu conceito
-Está acontecendo uma Guerra entre Anjos. Élmmo é um dos Anjos da Morte, diferente de mim e de meus amigos, que somos Anjos da luz. Os Anjos da luz foram praticamente extintos pelos Anjos da Morte. Élmmos é um simples Anjo da Morte, existem Anjos muito mais forte e poderosos que Élmmo.
Existem Anjos diferente! Élmmo era um simples Anjo da Morte? Existem Anjos muito mais fortes? Eu me lembro muito bem que corri para acertar Élmmo com um saco e ele me empurrou com apenas um braço.
-Mas porque está me procurando? - perguntei.
-Simples, Élmmo estava recrutando pessoas para se tornarem Anjos da Morte. Um dos motivos para que os Anjos da Morte quase extinguirem os Anjos da Luz é que eles podem retirar a vida das pessoas, não dando à ela opção de escolha. Já nós Anjos da Luz, temos que ter a permissão da pessoa para se tornar um de nós. E eu acho que posso ajudá-lo a recuperar Célia, se não for tarde de mais.
-Sim, eu aceito sua ajuda, eu não quero apenas Célia de volta - disse.
-Sim, eu entendo. Você também quer a destruição de Élmmo.
-Claro...

11 - Um novo Anjo

...
Se passaram dias desde que Élmmos apareceu aqui em Cisma. E desde o dia em que ele apareceu a chuva não parou um momento. E minha dor só aumenta de ver a cadeira dela vazia.
Corri até meu quarto e deitei na cama. Já estava ficando tarde, e eu não andava com muita disposição depois do acontecido.
...
Acordei com o barulho da janela de madeira se abrindo sobre minha cabeça, gotas geladas caindo em meu rosto me fizeram levantar.
Quando ia fechar a janela vi ao longe uma luz branca, muito mais forte descendo do céu. Descendo atrás de um morro, vizinho ao o morro onde Élmmo caíra.
Não pode ser, novamente um Anjo descendo aqui? Iria levar quem de mim? Andersson?
Não posso deixar isso acontecer, vou impedi-lo antes que chegue até aqui em casa.
Com um único pulo sai correndo pela casa de pijama e descalço até chegar na varanda. Olhei pelos vales e a luz quase tocara no chão ao lado do lago.
Corri pela grama encharcada até chegar ao lago, e vi o ser em pé sobra a água.
Um homem de cabelos grandes iguais aos de Élmmo, só que brancos, um manto branco igual cobria ele da cabeça aos pés. Seu par de asas gigantes, muito maiores do que as de Élmmo, chegavam de um lado ao outro do lago. Seus olhos não eram iguais aos de Elmmo, que eram azuis e depois ficaram brancos, os olhos deste Anjo eram de um verde lindo.
Ele se virou para mim e disse:
-Você é Bruno?
-Sim sou eu - respondi.
-Bom, estava te procurando...

10 - ...

Gotas vermelhas caindo dos detalhes da roupa de Élmmo caíram sobre o lago em minha frente.
A chuva caindo nas minhas costas, a água fria como gelo parecendo que estava caindo e congelando directamente meus ossos de apenas quatorze anos, estariam me incomodando se aquele ANJO não tivesse acabado de levar parte de mim com ele.
Com os punhos sangrando de tanto socar o chão, mantive-me ajoelhado ali por tempo. Me lembrei de Andersson. Olhei para trás em vi um rosto pálido, um corpo duro, sem movimentos.
Andersson era fraco para coisas fora do comum. Manteve na mesma posição que estava quando viu Célia se levantar.
O ódio ainda queimava em meu corpo, corria pelas minhas veias, e destruía meu coração.
-ÉLMMO EU TE ODEIOOO... - gritei até que minha voz ecoou pelo vale inteiro e que minha garganta ardesse até minha voz falhar.
Senti a mão fria e molhada de Andersson se colocar sobre meu ombro.
-Amigo, venha. Vamos para casa - com uma voz morta, de quem acaba de sair de um funeral... sim... do meu funeral.
-Sim, vamos Andersson - respondi para ele.

9 - Busca

Não o respondi, meu corpo estava por completo paralisado. Simplesmente não conseguia falar nada para Élmmo, mas juntei todas minhas forças e grite novamente:
-Élmmo! Você não vai levar a Célia com você!
-Bruno! Eu estou com medo... - choramingava Célia.
-Bruno, não importa se você quer ou não quer. Eu levarei Célia para o meu lado! - gritou Élmmo.
"Eu levarei Célia para o meu lado!", o que ele quis dizer com isso?
-Como assim Élmmo? - perguntei.
-Eu a levarei par ao lado dos Anjos da Morte Bruno - disse ele voltando a falar calmamente - Adeus.
Ele se virou e pegou Célia em seus braços, e levantou voo.
-Bruno! - gritou Célia desesperada.
-Célia! Volte aqui seu ordinário! Devolva meu coração... - gritei.
E estava muito alto já para que pudesse alcançar seu calcanhar.
-Bruno! - chorava Célia.
-... Célia! Devolva meu amor seu ordinário... devolva meu amor, devolva minha... vida... - gritei ajoelhando-me ao chão à beira do lago que recebia agora minhas lágrimas...

8 - ...

Ela se ergueu com dificuldade. Tirando os cabelos do rosto, e gritou assim que provavelmente sua mente se organizou:
-BRUNO!
Eu sabia que isso não foi um chamado de que ela me vira, mais sim de que me procurava.
Corri logo para abraçá-la, mas antes que pudesse chegar perto dela, bati de cara em Élmmo e cai de costas no chão.
-Desculpe por esconder tudo isso de você Bruno - disse Élmmo sem olhar para mim, sem expressão.
-Como assim Élmmo?! Você é um Anjo, por isso que curou Célia?! Certo?! - indaguei.
Élmmo não respondeu, segurou à força a mão de Célia, me deixando nervoso.
Ele parou antes de falar o que realmente queria dizer... e da forma que gostaria de dizer.
-Élmmo, deixe-me falar com Célia! Por que não me deixa ao menos vê-la?! - perguntei com um olhar raivoso.
Ele abaixou a cabeça para olhar para mim, e colocou as asas em volta de Célia - asas que agora estavam de um tamanho imenso, provavelmente de seu tamanho normal, já estavam curadas.
-Bruno, eu já te disse que sou um Anjo diferente! - disse ele asperamente e aumentando sua voz.
Voltara a chover em Cisma, e o barulho dos trovões e raios que se formavam no céu era de arrepiar.
-Bruno, Bruno, Bruno...! - gritava Célia para mim.
Que desesperador Não poder chegar até ela.
-Célia! - corri até novamente a muralha de um Anjo.
-Bruno! - gritava Célia
-NÃO! - trovejou a voz de Élmmo me jogando para trás com apenas um braço.
-Saia da frente Élmmo! - cheguei para dá-lo um soco bem no meio do rosto.
E fui jogando para longe novamente.
-Célia não pode se aproximar de você. Ela já não pertence a esse lugar. Ela deve ir comigo.
"Ela já não pertence a esse lugar", como assim?
-Élmmo. O que você quis dizer com isso? - perguntei
-Ela deve ir comigo, para outro lugar - respondeu-me Élmmo.
-Por que Élmmo?! - rebati
-POR QUE EU SOU UM ANJO DA MORTE! - respondeu-me Élmmo gritando.

7 - Realmente, um Anjo DIFERENTE

-O que? Você está procurando por Célia?! - gritei com Élmmo, me sentindo mal depois por ter gritado com um anjo.
-Sim! - sua voz ficou mais áspera, assim mudando totalmente o ambiente.
-Mas, porque procurava por Célia?! - perguntou Andersson, colocando mais firmeza em sua voz.
Élmmo correu em direcção de Célia e se posicionou atrás dela. Colocando a mão em seu ombro, ele a puxou para trás e para frente repetitiva mente. Até que Célia caiu da cadeira.
-VOCÊ ESTÁ LOUCO? PORQUE FEZ ISSO COM CÉLIA?! - gritei se jogando para cima de Élmmo.
Andersson me segurou, e não disse absolutamente nada. Quando vi que seus olhos estavam olhando fixamente para Célia.
Quando vi Célia por baixo de minha franja molhada de cabelo, me espantei e fixei duramente os olhos em sua direcção. Toda molhada e suja de lama, com os cabelo caindo na frente do resto e braço arranhados. Ela se...
-Célia está se levantando!!! - disse apontando com ela...

6 - ...

-Foi ali Andersson! - apontei com os dos braços para o lago - Ali era uma cratera, onde estava Élmmo.
-C-como assim?! O-o... que?! - perguntou Andersson mantendo intervalos regulares de olhares entre eu e Élmmo.
-Eu estava olhando o prólogo de um dilúvio, quando um raio se formou no céu, e vi uma luz caindo atrás deste moro. Então encontrei Élmmos aqui - expliquei apontando para Élmmos que sorria.
Andersson estava paralisado, percebi que não obteria resposta:
-Então eu o acordei e ele se levantou, eu o arrastei até em casa com medo de que ele ficasse doente - me lembrei que ele gritara o nome de Célia, mas guardei esta parte para mim.
-C-o-n-t-i-n-u-e... - disse Andersson com dificuldade.
-Então ele me disse que eu não precisava me preocupar. Pois... ele é... um... um... - fiquei com medo de causar um enfarte em Andersson.
-... um Anjo - disse aquela vos grossa, soando de trás.
Pensei que Andersson morreria, mas ele se endireitou e ficou mais calmo. Provavelmente foi a vós de Élmmo, eu já sabia como era se sentir assim.
-Um Anjo? - disse ele calmamente.
-Sim. Um Anjo. Estava passando pela região de Cisma, quando minhas asas foram atingidas por um raio forte. Assim cai e desmaiei aqui. Fui acordado por Bruno, que me levou até a casa de vocês, e foi quando o Senhor chegou... - disse Élmmo.
Andersson andou em volta de Élmmo, até que tocou seu par de asas que agora estavam com mais de um metro.
-Não é, que é verdade?! - disse Andersson rindo com ele mesmo.
Mas, um Anjo estaria simplesmente voando pelo céu ou tendo um lugar como destino?
-Éllmo, você estava simplesmente passando quando foi atingido pelo raio, ou você estava indo para algum lugar? - disse com a melhor cara de inocência possível.
-Sim, eu estava procurando por alguém, e essa pessoa é provavelmente ela... - fechou os olhos e apontou para a cadeira de rodas onde estava Célia.

5 - Morro do Anjo

-O senhor se refere à BRUNO? - indagou Andersson, aquele jovem de cabelos castanhos, olhos idênticos e pele clara, alto como sempre e magro. Vestindo sempre sua velha camiseta xadrez, e seu short preto acompanhado de seu sapato preto velho.
E lá estava ela, de cabeça baixa, aqueles cabelos castanhos-escuros, finos, grandes, e lisos caindo em frente de seu rosto. Aquele olhar vazio, sem brilho. Costas inclinada para frente e respiração lenta.
-Andersson, este é Élmmos, é complicado dizer quem ele é para você... mas, mostrar é melhor. Venha Élmmos, venha Andersson, traga Célia junto. Vamos ir até o morro onde eu o encontrei! - disse, enquanto Andersson me encarava com aquele olhar medonho.
Andersson não mudara nada depois que Célia ficou doente. Até piorou, com essa coisa de super-protecção.
Enquanto todos iam em direcção ao morro, a chuva já havia parado. Não por total, mas o suficiente para que o pequeno guarda-chuva que ficara na mão de Andersson cobrisse Célia por inteira. Não pediria para ela vir junto se a chuva continuasse do jeito que estava.
Chegamos finalmente no morro do Anjo. Atravessamos ele e encontrei os sapatos que perdi - assim me ajudando muito que estava descalço. Logo depois que subi no morro apontei para a cratera que agora se tornara um lago...

4 - ...

Me arrepiei dos pés até a cabeça, quando pisei no piso de madeira gelado - dei-me por conta que estava descalço novamente, provavelmente eu perdi os sapatos de Andersson - meu amigo que mora junto comigo e com Célia - quando fui arremessado por Élmmo.
Meus olhos saltaram para frente e minha boca se abriu de espanto quando vi que as asas de Élmmo, que não passavam de alguns centímetros, agora tinham praticamente dobrado de tamanho, ficando mais compridas e com movimentos mais leves.
-Élmmo! Suas asas cresceram! - disse apontando para suas costas.
Ele se virou e olhou no reflexo do espelho antigo da sala.
-Veja só amiguinho... não é que cresceram mesmo... curioso... - disse ele fixando os olhos em meu rosto.
Agora chovia acompanhado de uma ventania, assim abrindo todas as portas e janelas da casa. Corri para fecha-las, pois não queria que a casa ficasse mais húmida do que já estava. Pois Andersson e Célia poderiam chegar à qualquer momento - Andersson saiu para dar uma volta com Célia, levando-á em sua cadeira de rodas, mas com esse tempo eles não foram tão longe, provavelmente chegarão logo... espero.
Ainda estou assustado por estar junto de um Anjo, não caí na realidade ainda. Mas Anjos são seres do bem, que ajudam pessoas e sempre salvam a humanidade, o que ele estava fazendo na região de Cismas?
Enquanto fechava a última janela, se abriram três que já fechara. Não vi se Élmmos fechou-las, mas ouvi o barulho das janelas de madeira se fecharem.
Mas finalmente ouvi a voz de Andersson perguntar:
-Quem é você? - perguntando enquanto provavelmente colocava a cadeira de Célia dentro de casa.
-Eu? Me Desculpe senhor, meu nome é Élmmos, estou junto com o garoto que mora aqui...

3 - Meu amigo?

-Como um anjo?! Esses de ter asas grandes e brancas e que possuem auréola em cima da cabeça?! - disse gritando.
Ele derrubou toda minha ansiedade dando um sorriso de ponta a ponta no rosto.
-Sim, eu sou um Anjo, mas não sou exactamente assim. Eu sou um Anjo diferente... - disse ele, mesmo se interrompendo antes de dizer mais alguma coisa.
Um Anjo diferente? Como assim? Existem espécies de anjos? Existe Anjo mal?
Háháhá, que gozado, de um tempo pra traz eu estava tendo sonhos estranhos e agora eu estou conversando com um Anjo "diferente", háháháhá!
Ouvi um barulho ensurdecedor vindo do céu e olhei para ele, nem se quer se moveu um centímetro... Mas seu olhar estava em direcção ao mesmo ponto do barulho.
Quando finalmente o som parou de ecoar pelos vales, Élmmo caiu no chão de joelhos, se apoiando com a mão esquerda no chão de cimento e levando a mão direita até às cotas. Não havia reparado que ele estava com a mão nas costas, exactamente onde seu manto tinha um buraco.
-Ah! Amiguinho, quando eu disse para você que não podia morrer, não foi tão exacto assim... - disse ele enquanto eu tentava entender.
-Como assim? - perguntei.
-Existem meios de se matar um Anjo, um desses meios, é lhe tirando totalmente suas asas...! - Élmmo neste momento rasgou mais o buraco e me mostrou duas coisas misteriosamente brancas se movendo em suas costas molhadas - se aquilo um dia fosse um par de asas de um anjo, igual aos que imaginava, elas estavam seriamente machucadas...
-Élmmo, e-essas eram suas asas?! - perguntei me afastando das coisas brancas.
-Sim amiguinho... estão um pouco machucadas não? Daqui um tempo ela voltará a crescer...
-Mas, elas não estão doendo? - perguntei enquanto o convidava à entrar com às mãos...
-Se eu dissece que não, eu estaria mentindo, elas queimam muito... - disse ele entrando na sala...

2 - ...

...dentro dela tinha uma pessoa deitada de costas. Cabelos chegando até o ombro pretos - muito escuros, chegava a ser mais escuro que o céu que agora chovia intensamente - uma roupa preta também, não chegava a ser igual aos seus cabelos, estava mais puxada para um preto avermelhado. Mas o que me chamou atenção foi as bordas e detalhes vermelho-sangue de sua roupa. Ele tinha alguma coisa presa entre os braços e nas costas.
Mas como assim? Uma pessoa caiu do céu? Ele poderia estar praticando pára-quedismo e foi atingido por um raio?
Mas realmente ele não parecia um pára-quedista, parecia mais um... é eu não sabia com o que ele parecia. Percebi que devia ajudá-lo, ele parecia estar realmente mal.
Não pude evitar que o medo implacável de se aproximar de um ser estranho que literalmente caiu do céu me fizesse tremer dos pés à cabeça.
Me aproximei dele com muita leveza:
-S-senhor? O Senhor e-está bem? - disse levantando a mão para tocá-lo.
Toquei aquela roupa molhada, e não obtive resposta. Dei um impurrãozinho de leve nele e senti um tremor.
Fui realmente surpreendido por uma explosão.
-CÉLIA! - me jogando para traz com tal força que me deparei que estava em cima do morro novamente.
Quando ouvi o nome ser pronunciado pelo ser estranho. Caí definitivamente de costas no chão molhado e chorei. O que meu amor Célia tinha à ver com aquele ser estranho que caiu do céu. Que relação ele tinha com ela? Ela que realmente morreu fisicamente - mesmo seu coração batendo e mantendo todas as outras funções do corpo. Ela ficara doente no dia de chuva que saímos para organizar as ovelhas na montanha, desde aquele dia ela simplesmente foi ficando cada vez mais quieta, mais calma, mais cega... Até chegar no estado que está à mais de três meses... Não existe uma única coisa neste mundo que me deixe mais destruído do que ver ela neste estado.
Aquele ser estranho se levantou e caminhou até meus pés e me estendeu a mão para provavelmente me ajudar a ficar de pé.
-Olá garoto, meu nome é Élmmos. Me desculpe pelo susto que te causei. Permita-me ajudá-lo - disse o ser com uma voz grossa macia, muito gostoso de se ouvir - estranhamente me senti calmo, relaxado e confortável.
Me levantei com a ajuda do ser educado e perguntei:
-O S-senhor está bem? O Senhor conhece minha amiga C-célia, Senhor? - gaguejando como um tonto.
Ele arrumando suas roupas e seu cabelo me disse calmamente:
-Sim estou bem, tive um problema com esta chuva não esperada, sei que por está região de Cisma chove em grandes quantidades e excessivamente em quase todo os dias - disse ele com a maior naturalidade do mundo.
Percebi que ele evitara a minha segunda pergunta, mas ele realmente era uma pára-quedista? Ou ele era um ser voador?
A chuva começou a engrossar muito mais e antes que ele pudesse provavelmente perguntar para onde eu estava puxando ele, eu o agarrei e o puxei em direcção à casa:
-Para onde você está...!
-Corre! Você vai ficar doente...! - disse aumentando minha voz, tentando sobre-por o barulho dos trovões que não deram uma única trégua desde que o tempo fechou.
Chegando até dentro da varanda, ele se livrou delicadamente do meu apertão em seu braço direito:
-Calma amiguinho, não precisa desse desespero todo, eu não posso ficar doente... - disse ele novamente com aquela voz grossa com a maior naturalidade.
-C-como assim senhor? O Senhor não pode ficar doente? - arregalei os olhos olhando fixamente em seus olhos - eles eram de um azul que ficaram brancos... sem nenhuma reverência.
-Eu não posso ficar doente, e também não posso morrer... porque eu sou um Anjo... - disse ele ao mesmo tempo que eu perdia a respiração...

1 - Uma luz...

O céu estava acinzentado, parecendo que iria dar o maior dilúvio. Fiquei cansado de ficar olhando o céu com os trovões e raios sendo soltados dentro das próprias nuvens.
Adoro ficar olhando a paisagem pela janela do meu quarto... ver esses morros aparentemente esculpidos por anjos. E a imensidão que se estende o céu, que hoje não parecia de bom humor... mas... é comum em dias que parecem que vai acabar o mundo, cair luzes atrás dos morros?
O chão de madeira deve estar um gelo, mais eu não tenho outra alternativa a não ser descer da cama e sair até lá fora para ver se realmente eu vi alguma coisa caindo da aquele céu.
Desci da cama e corri ferozmente até chegar na varanda de concreto - o motivo de provavelmente eu não sentir mais frio nos pés deve ser de que já estão congelados, más eu não poderia deixar de ver a tal luz que caiu do céu, pensando bem, essa luz parece que deu de cair bem no momento em que um raio - talvez o mais forte que vi na sequência de luzes de hoje - cortou o céu de ponta à ponta do meu poder de visão.
Não tem condições de sair descalço nessa grama humida, presciso de alguma coisa. Como milagre achei um sapato velho de Andersson, salvador no momento. Vesti ele rapidamente, e já sai correndo em direção ao ponto onde provavelmente a luz caíra.
Começou a chover bem lentamente, exactamente contra meu rosto. Pular aquelas cercas velhas não eram dificuldade para mim, mais está chuva realmente estava começando à me incomodar profundamente.
Finalmente consegui avistar claramente o morro que provavelmente estava ocultando a luz...
Mas finalmente atravessei o morro correndo e avistei uma pequena cratéra...